Novos rumos: Tecnologia da informação e processamento de dados:
Por Jadir Mauro Galvão
Foto de Jonas Svidras: https://www.pexels.com/pt-br/foto/chip-eletronico-preto-e-amarelo-785418/
Processamento
de dados: Os computadores são uma recente conquista da
sociedade humana e de seu gênio inventivo. Pouco a pouco as organizações
passaram a fazer uso dos computadores para otimizar seus processos burocráticos
mais repetíveis. Os processos contábeis, de faturamento, de estoque, de gestão
de pessoas, o controle da produção, a gestão financeira entre tantos outros
foram migrando para dentro dos sistemas de computador. Esse passo demandou
anos, esforços, noites insones e massivos investimentos financeiros. Mas acabou
se mostrando aposta certeira e rentável.
O próximo passo, já com
uma soma considerável de dados disponíveis dentro dos computadores, foi o de
desenvolver sistemas de apoio à decisão. Sistemas de suporte para decisões
estratégicas baseados em dados sistematizados e controlados e que os
computadores podiam cruzar de diversos modos com uma facilidade jamais vista
até então.
Não apenas processar
dados, mas produzir informações estratégicas e conhecimentos que até então eram
meras suspeitas ou conjecturas. A administração foi amiúde demandando tarefas e
desafios para a tecnologia e para o desenvolvimento de sistemas e estes acabaram
oferecendo respostas rápidas.
Uma gama de novos
materiais, componentes, que tanto aumentavam sua capacidade de processamento
quanto diminuíam seu tamanho. Alguns se tornavam financeiramente mais
acessíveis e isso estimulava a que outras organizações menores também cerrassem
fileiras na direção tecnológica.
Não só novos materiais e
componentes, mas novas metodologias e engenharia de dados. Novos modos de
armazenamento de dados e de exposição das informações. As antigas unidades de
fitas em rolo cederam lugar aos discos rígidos e estes aos armazenamentos
sólidos. Já temos em estudo os armazenamentos biológicos e ainda podemos pensar
em outros tantos. Os antigos relatórios em papel deram espaço a gráficos mais
visuais e intuitivos. Mesmo os sistemas que se baseavam em códigos de produto
que precisavam ser consultados numa tosca lista de papel agora mudaram para
interações mais intuitivas e mais visuais.
A capacidade de armazenar
e de processar informações tem dobrado em tempo cada vez mais curto. A
velocidade de processamento também dobra sem nos darmos conta. Os algoritmos e
dispositivos conseguem antecipar nossas escolhas e a inteligência artificial
reduzir nosso trabalho.
Todo esse desenvolvimento
demandou formação, treinamento e atualização de um enorme contingente de
pessoas para trabalhar nessa área. Tornou-se um campo de trabalho rentável onde
a oferta e a procura por profissionais especializados pendia para o lado dos
profissionais.
Muitos negócios se
criaram para atender essa demanda e muitos dos que apostaram suas fichas nessa
área se deram bastante bem.
Web
Mas muito disso tudo
ainda não estava conectado. Ou as conexões eram exclusivas e onerosas. A web ou
o WWW, também conhecida como internet possibilitou ligar todos esses pontos que
antes eram isolados. Mas, mais do que somente conectar sistemas, dados,
informações a web proporcionou uma profunda revolução, conhecida nos nossos
dias como revolução 4.0.
Armazenamentos em nuvem,
big data, a inteligência artificial e mais recentemente o transhumanismo
fizeram inverter a lógica que vinha sendo a tônica. Antes disso, as empresas
demandavam e a tecnologia respondia. Os negócios, governos, pessoas ou a
ciência necessitavam e a tecnologia era demandada para atender tais
solicitações e corria atras para desenvolver uma solução e entregar. Agora a
tecnologia passou à frente. Os desenvolvimentos tecnológicos avançaram e agora
somos nós que precisamos responder á tecnologia. E nem sempre damos conta
disso. Muitos dos recursos disponibilizados ainda são desconhecidos, pouco ou
nada utilizados. Ficamos para trás.
Os
negócios em tecnologia
Os massivos investimentos
feitos por pessoas e empresas em tecnologia tornou negócios nesse campo muito
atraentes e promissores. A inovação tecnologia acaba por diferenciar uma
empresa ou produto no mercado. Com isso, os negócios tecnológicos começaram a
desovar uma porção de ferramentas e soluções que por vezes nem conseguimos
acompanhar. E exigindo cada dia mais memória, armazenamento, capacidade de processamento
que nossos dispositivos se tornam obsoletos em pouco tempo, exigindo upgrades
ou, como é mais comum, substituição por tecnologia mais avançada.
São dispositivos, pacotes
de sistemas integrados, aplicativos, redes sociais, serviços em nuvem,
impressoras 3d e incontáveis possibilidades que nem nos damos conta de mapear
todas.
E cada nova inovação abre
outro campo de possibilidades e novas demandas por outras inovações. Como os
negócios em tecnologia abraçaram a ideia da inovação, a aposta nela aparece
como necessidade vital para essas empresas que desovam inovações sem parar e
mesmo a concorrência cria uma competição por soluções inovadoras que faz com
que a tecnologia ganhe uma velocidade que nem sempre estamos nós, pobres
mortais, aptos para acompanhar.
como valor agregado para
o apoio das organizações se tornou Armazenamentos em nuvem, big data, a
inteligência artificial e mais recentemente o transhumanismo fizeram inverter a
lógica que vinha sendo a tônica. Antes disso, as empresas demandavam e a tecnologia
respondia. Os negócios, governos, pessoas ou a ciência necessitavam e a
tecnologia era demandada para atender tais solicitações e corria atras para
desenvolver uma solução e entregar. Agora a tecnologia passou à frente. Os
desenvolvimentos tecnológicos avançaram e agora somos nós que precisamos
responder á tecnologia. E nem sempre damos conta disso. Muitos dos recursos
disponibilizados ainda são desconhecidos, pouco ou nada utilizados. Ficamos
para trás.
Indústria
4.0 e presença digital
As redes sociais e os
serviços de mensagem entraram em nossas vidas cotidianas e hoje é impensável
uma empresa que não tenha como estratégico o zelo pela sua presença digital e
prime por uma comunicação mais direta e instantânea com seus clientes e mesmo
com seus haters para evitar um possível “cancelamento”.
Além das redes sociais,
temos as plataformas, que são novos modos de se expor produtos e de fazer
negócios. Marketplaces, plataformas como Airbnb, Uber, Mercadolivre, Shopee,
Amazon e outras tantas podem colocar nossos produtos ao alcance do mundo conectado.
Isso, por sí só já motivo suficiente para primar pela presença online.
O Metaverso ainda não
decolou, mas muito em breve será uma onda avassaladora na web. Já existem
notícias de que a planificação e a venda de “lotes” em ruas no metaverso já
tenham sido vendidas. Imaginem você poder colocar a sua loja ao lado de uma
Amazon?
O fato é que não fazer
parte ou negligenciar sua presença digital fara você ficar alijado de uma
enorme gama de possibilidades.
Inovações
e possibilidades
Das tantas inovações
tecnológicas que vem aparecendo nos últimos tempos temos várias soluções que
facilitam nosso cotidiano. Podemos assinar contratos e documentos de forma
online, fazemos reuniões em aplicativos online como Meet, Zoom, Teams e outros
tantos menos conhecidos. Temos também ferramentas de controle de tarefas e
resultados como Clickup, Mondey, Bitrix e outros. Plataformas e marketplaces
nos colocam mais próximos de uma quantidade de clientes que precisaríamos antes
de investimentos gigantescos para atingir.
Mesmo os treinamentos e
as atualizações estão mais acessíveis com plataformas de aprendizagem à
distância. Síncronas ou não.
Até na logística foram
construídas facilidades. E não falamos apenas de entregas de produtos por
drones ou por carros autônomos. As múltiplas soluções tecnológicas fizeram
nascer negócios logísticos que podem ser compartilhados e retiram dos negócios um
punhado de dores de cabeça e permitindo que as empresas possam se concentrar em
seu core business e deixar operações pouco estratégicas para especialistas
nesse campo.
Mas, se essas ferramentas
e soluções trazem muitas facilidades para nossa vida, não é menos verdadeiro
que tudo isso também abre um campo enorme de possibilidades que antes não
existiam.
Um escritor ou um músico
pode usar de plataformas on-demand para chegar em clientes até então
inatingíveis. Estas plataformas criam um valor que possibilita novos negócios e
novas possibilidades. Só é preciso um olhar mais criativo e estratégico.
Um professor que ficava
antes dependente de salas de aula físicas em uma escola ou qualquer tipo de
instituição, pode pensar em internacionalizar sua carreira ou ao menos estender
para outras partes da cidade, do estado ou do país.
Impressoras 3d podem
viabilizar e dar luz a projetos de inventores que antes demandariam de
equipamentos muito caros ou de profissionais altamente especializados.
Compartilhamento de
espaços e de equipamentos podem operacionalizar negócios que antes exigiriam um
investimento vultoso ou grande capital de giro.
Emprego
e trabalho
Mas se esse novo olhar é
promissor e cheio de possibilidades, não é menos importante constatar que todo
esse desenvolvimento da tecnologia ceifa uma porção razoável de vagas de
emprego.
Estamos falando de
tecnologias que reduzem sensivelmente a necessidade de trabalho das pessoas. A
inteligência artificial (Ia), mesmo estando substancialmente atrasada do que
deveria estar consegue realizar o trabalho de vários profissionais, ganhando velocidade
e precisão. Perdendo em criatividade, há de se frisar, mas como nossos dias
atuais primam mais pela rapidez do que pela genialidade os empregos estão na
ponta mais fraca da corda.
Teremos, muito em breve,
com o avanço da Ia, o avanço da robótica conectada e um maior desenvolvimento
de outros tipos de automação. Isso coloca em risco uma enorme porção de
empregos.
Claro que outros empregos
irão surgir por conta desse mesmo desenvolvimento, mas não serão na mesma
proporção e nem ao menos muito duradouros. Some-se a isso que esses novos
empregos mais tecnológicos vão exigir conhecimento de ponta, certificações e
aperfeiçoamentos constantes.
Mas isso não é de todo
ruim. Muitos dos empregos que serão extintos compreendem trabalhos repetitivos,
desgastantes, pouco criativos e enfadonhos, que mesmo uma máquina pouco
especializada pode executar.
Se de um lado nós, seres
humanos, ficamos livres de atividades mecânicas e enfadonhas e ficamos livres
para atividades mais genuinamente humanas, por outro, corremos o risco de ver
rarear fontes de possibilidade de ganhar nosso sustento.
Mas esse não é problema
da tecnologia, mas de nossa organização econômico-social que ainda não resolveu
esse assunto e continua a se prender num modelo de trabalho privatizado
(emprego) e ainda não conseguiu se organizar de outro modo, colocando em risco
talentos ímpares, cuja competência não é valorizada e difícil de ser
comercializada.
Precisamos elaborar um
modo de vida onde não seja preciso vender nosso tempo, nossa vida nossos
talentos sob a lei da oferta e da demanda que paga quantias astronômicas para
um jogador de futebol e pouco ou nada para um pensador. Nem tudo se coloca na
prateleira e se vendo por algum dinheiro. Muito menos nossa vida.
Mas tal problema não pode
ser atribuído como de responsabilidade da sociedade. Por mais que possamos
entender o termo sociedade ele é por demais genérico e sem face. O problema, em
última instância é de cada um de nós que será afetado por isso.
Precisamos nos antenar em todos os avanços e construir soluções a partir deles. Ver o campo de possibilidade e, humanamente, elaborar soluções criativas. Não dá para esperar pela sociedade ou a tecnologia resolva nosso problema.
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