Panorama da crise I
Panorama da crise I.
O momento é de reflexão! Ora estamos mergulhados em uma crise internacional. É possível que você ainda não tenha sentido na pele os efeitos desta crise, mas qualquer que seja o caso, não podemos fazer vista grossa para este fato. Certo que o governo brasileiro tem tentado esforços no intuito de minimizar seus efeitos ou de maquiá-los. Contudo estamos em época de globalização, o que significa dizer que nosso mercado de trabalho esta entremeado de empresas multinacionais com sede em outros países onde a crise é ainda mais séria e neste contexto o efeito cascata é inevitável. Traçando uma pequena história dos últimos anos, a oferta de crédito em nosso país foi bastante expressiva, para compra de bens de consumo, bens móveis e imóveis. Podemos até postergar o pagamento da passagem do ônibus que você vai tomar agora para daqui a quarenta dias! O que estou dizendo é que, somente alguns poucos privilegiados não têm comprometidos várias de suas horas de trabalho dos próximos meses, ou anos, para pagar um tipo qualquer de financiamento. Isto não seria problema se nós estivéssemos com uma farta oferta de trabalho, contudo isto não é assim totalmente verdadeiro. Salvo alguns outros privilegiados que dispõe de um amplo mercado de trabalho o risco de cessar nossa entrada mensal é bastante grande e aí começa o drama psicológico. Nossa roda continua girando. A despeito de não ter aonde ir na próxima segunda feira suas contas de consumo e seus boletos dos mais variados credores sabem direitinho o caminho de sua caixa de correio ou quiçá seu endereço de e-mail. Sabemos o quanto é aterrorizante para muitos receber ligações de cobrança em seu aparelho celular e não ter como efetuar ligações com o mesmo, pois o serviço foi cortado. Aliás, é curioso notar como as mensagens gravadas que nos oferecem novos serviços tem voz suave e agradável. O mesmo não se pode dizer quanto àquela voz terrificante que nos diz que nossa conta está sem pagamento. Nossos credores querem a todo custo que saldemos nossos débitos e usam de todos os tipos de meios para atingir seu objetivo, mesmo que para isso tenham de submeter seu devedor a toda sorte de açoites psicológicos. Não é de longe algum tipo de apologia à insubordinação, desobediência civil nem tão pouco uma defesa do calote. Mas essas relações estão trocando os pés pelas mãos e esta nem parece uma frase metafórica, na medida em que nos obrigam a trocar as mãos que trabalham pelos pés que correm para fugir dos credores. Ora, falando sinceramente: sabemos o quanto se sente indigno aquele que fica alijado de conseguir seu pão pelo seu próprio esforço pessoal, mas de onde vem que minha dignidade está depositada em um saldo credor? Que me recorde somente foram feitos depósitos de dinheiro ou cheques em nossa conta corrente. Nunca depositei ou vi alguém depositar sua dignidade na boca do caixa ou em algum caixa eletrônico, muito menos pela internet. É preciso que seja dito que a dignidade humana não vem, em absoluto de suas posses, mas tão somente pela sua condição de ser humano. É certo que muitas vezes somos assaltados por comportamentos regados com alguns vestígios de animalidade no trânsito, nos trens do metrô em hora de pico. Acabamos em alguns momentos ao sair de casa pegando a carteira, a chave, o celular e esquecendo nossa dignidade humana na gaveta! Mas isso não é justificativa para sermos tratados como uma manada! Ficar à mercê do chicote do capataz para entrar pela estreita porta curral dos que tem seu saldo pintado de azul e “nome limpo”. Ora o meu nome é limpo independente de qualquer outra coisa. O ponto de alerta é: Estamos trocando nossa dignidade humana por uns poucos trocados. Deixamos nos escravizar pelas nossas dívidas. Somos escravos do dinheiro. Nós trabalhamos para ele. Trabalhamos de forma alienada apenas para pagar por coisas que ficaríamos perfeitamente bem sem. Tanto credores quanto devedores. E o dinheiro é que deveria trabalhar para nós. Possibilitando o acesso a facilidades e comodidades. No entanto nos submetemos a tantas severidades apenas para satisfazer um gigante voraz.
Triste criador dominado pela sua criatura!
CONTINUA...
O momento é de reflexão! Ora estamos mergulhados em uma crise internacional. É possível que você ainda não tenha sentido na pele os efeitos desta crise, mas qualquer que seja o caso, não podemos fazer vista grossa para este fato. Certo que o governo brasileiro tem tentado esforços no intuito de minimizar seus efeitos ou de maquiá-los. Contudo estamos em época de globalização, o que significa dizer que nosso mercado de trabalho esta entremeado de empresas multinacionais com sede em outros países onde a crise é ainda mais séria e neste contexto o efeito cascata é inevitável. Traçando uma pequena história dos últimos anos, a oferta de crédito em nosso país foi bastante expressiva, para compra de bens de consumo, bens móveis e imóveis. Podemos até postergar o pagamento da passagem do ônibus que você vai tomar agora para daqui a quarenta dias! O que estou dizendo é que, somente alguns poucos privilegiados não têm comprometidos várias de suas horas de trabalho dos próximos meses, ou anos, para pagar um tipo qualquer de financiamento. Isto não seria problema se nós estivéssemos com uma farta oferta de trabalho, contudo isto não é assim totalmente verdadeiro. Salvo alguns outros privilegiados que dispõe de um amplo mercado de trabalho o risco de cessar nossa entrada mensal é bastante grande e aí começa o drama psicológico. Nossa roda continua girando. A despeito de não ter aonde ir na próxima segunda feira suas contas de consumo e seus boletos dos mais variados credores sabem direitinho o caminho de sua caixa de correio ou quiçá seu endereço de e-mail. Sabemos o quanto é aterrorizante para muitos receber ligações de cobrança em seu aparelho celular e não ter como efetuar ligações com o mesmo, pois o serviço foi cortado. Aliás, é curioso notar como as mensagens gravadas que nos oferecem novos serviços tem voz suave e agradável. O mesmo não se pode dizer quanto àquela voz terrificante que nos diz que nossa conta está sem pagamento. Nossos credores querem a todo custo que saldemos nossos débitos e usam de todos os tipos de meios para atingir seu objetivo, mesmo que para isso tenham de submeter seu devedor a toda sorte de açoites psicológicos. Não é de longe algum tipo de apologia à insubordinação, desobediência civil nem tão pouco uma defesa do calote. Mas essas relações estão trocando os pés pelas mãos e esta nem parece uma frase metafórica, na medida em que nos obrigam a trocar as mãos que trabalham pelos pés que correm para fugir dos credores. Ora, falando sinceramente: sabemos o quanto se sente indigno aquele que fica alijado de conseguir seu pão pelo seu próprio esforço pessoal, mas de onde vem que minha dignidade está depositada em um saldo credor? Que me recorde somente foram feitos depósitos de dinheiro ou cheques em nossa conta corrente. Nunca depositei ou vi alguém depositar sua dignidade na boca do caixa ou em algum caixa eletrônico, muito menos pela internet. É preciso que seja dito que a dignidade humana não vem, em absoluto de suas posses, mas tão somente pela sua condição de ser humano. É certo que muitas vezes somos assaltados por comportamentos regados com alguns vestígios de animalidade no trânsito, nos trens do metrô em hora de pico. Acabamos em alguns momentos ao sair de casa pegando a carteira, a chave, o celular e esquecendo nossa dignidade humana na gaveta! Mas isso não é justificativa para sermos tratados como uma manada! Ficar à mercê do chicote do capataz para entrar pela estreita porta curral dos que tem seu saldo pintado de azul e “nome limpo”. Ora o meu nome é limpo independente de qualquer outra coisa. O ponto de alerta é: Estamos trocando nossa dignidade humana por uns poucos trocados. Deixamos nos escravizar pelas nossas dívidas. Somos escravos do dinheiro. Nós trabalhamos para ele. Trabalhamos de forma alienada apenas para pagar por coisas que ficaríamos perfeitamente bem sem. Tanto credores quanto devedores. E o dinheiro é que deveria trabalhar para nós. Possibilitando o acesso a facilidades e comodidades. No entanto nos submetemos a tantas severidades apenas para satisfazer um gigante voraz.
Triste criador dominado pela sua criatura!
CONTINUA...
Oi, Jadir. Vou acompanhar o seu blog.
ResponderExcluirGrande abraço.
Amauri