Evolução das espécies?
A teoria evolucionista de Darwin não chegou às terras tupiniquins sem
antes passar por uma alquimia onde se quis de algum modo extrair sua
quintessência prática. Um pragmatismo
utilitarista transformou a regra de sobrevivência
do mais adaptado em um simples: “o
mais forte vence!”. Por conseguinte “o
mais fraco perde”. Isso produz um matiz que leva nossos olhos a ver o mundo
a partir de uma perspectiva dual: Se você não é predador é presa e o perigo não
é apenas de morte, na teoria darwiniana o risco é de extinção da espécie!
De fato, quando observamos a natureza mais bruta dos animais, por assim dizer, menos evoluídos, observamos até certo modo essa polaridade de presa e predador. Os comportamentos dos animais variam muito pouco em sua finalidade. Ou estão predando, ou fugindo de serem predados, descansando, se alimentando ou preservando a espécie, isto é acasalando... Se traçarmos um paralelo com o mundo corporativo, vemos muita gente “lutando pela sobrevivência”. Não que haja algum outro predador voraz capaz de nos transformar em almoço ou jantar, mas nossos comportamentos cotidianos mais premiados são os que levam o foco e a determinação do leopardo, a força do tigre, a grande visão da águia ou a astúcia do lobo. Certamente estas são características bastante interessantes, mas existe uma profunda diferença de propósito. Enquanto nos animais essas capacidades lhes rendem a adaptação necessária à sua sobrevivência. O ato é instintivo, tanto quanto natural. Resposta imediata à necessidade premente. Nos homens essa regra não se aplica.
De fato, quando observamos a natureza mais bruta dos animais, por assim dizer, menos evoluídos, observamos até certo modo essa polaridade de presa e predador. Os comportamentos dos animais variam muito pouco em sua finalidade. Ou estão predando, ou fugindo de serem predados, descansando, se alimentando ou preservando a espécie, isto é acasalando... Se traçarmos um paralelo com o mundo corporativo, vemos muita gente “lutando pela sobrevivência”. Não que haja algum outro predador voraz capaz de nos transformar em almoço ou jantar, mas nossos comportamentos cotidianos mais premiados são os que levam o foco e a determinação do leopardo, a força do tigre, a grande visão da águia ou a astúcia do lobo. Certamente estas são características bastante interessantes, mas existe uma profunda diferença de propósito. Enquanto nos animais essas capacidades lhes rendem a adaptação necessária à sua sobrevivência. O ato é instintivo, tanto quanto natural. Resposta imediata à necessidade premente. Nos homens essa regra não se aplica.
Não corremos o risco de extinção de nossa espécie. Não há nenhum predador
voraz ao nosso lado. Tampouco temos a necessidade de lutar por alimento ou ter
a certeza de que não é a hora da onça beber água. Mas muitas vezes reagimos de
modo imediato ao iminente risco. Que risco? Mapeamos as respostas aos nossos
comportamentos e descobrimos como lidar com cada uma delas. Se alguém nos
responde de modo imprevisível, ai está o risco! Essa pessoa é perigosa! Não sabemos
que riscos ela ira nos oferecer, então, o melhor a fazer é eliminar o perigo. Resposta
imediata ao perigo. Instinto? Não. Apenas um comportamento irrefletido frente
ao medo de um risco inexistente.
Nos animais o instinto é natural. Uma resposta imediata, isto é, sem
reflexão à demanda atual. Nos homens a ação imediata soa mais como uma fuga dos
perigos, mas que perigos? Nossos medos são, na maioria das vezes altamente
irracionais, para não dizer irreais. Temos medo de não atingir nossa
expectativa, mas as expectativas somos nós mesmos que criamos e também podemos
mudá-las. Isso quer dizer que temos medo de nossa própria criação, de nossas
próprias fantasias. Contudo, é com tanta freqüência que vemos os mesmos tipos
de comportamentos, tendo a fuga dos medos como propósito, que passamos a crer
que, de fato, eles sejam reais. Pura generalização! É que nossa absorção das
ideias darwinistas formou em nossa consciência, não somente um filtro da
realidade, mas uma capacidade de produção
de realidade distorcida. Mesmo que racionalmente saibamos que não há risco
algum de extinção ou de morte, nossos comportamentos estão tão contaminados e
atravessados desse medo irreal que a razão, ao menos em primeiro momento, será
incapaz de transformar a conduta. Mesmo que a reflexão nos convença de que é
preciso mudar nossa conduta o hábito ainda nos impelirá a ter os mesmos
comportamentos. Ainda teremos os mesmos comportamentos imediatos, isto é,
irrefletidos, por força desse mesmo hábito. Será preciso um esforço adicional para
transformar nossa conduta.
Para uma gazela com sede a figura de um leão não despertará maior interesse
se ele estiver aproveitando uma sombra refrescante após o fastio de uma bela
refeição. O mesmo não se dará se o leão adotar outra atitude. O instinto da
gazela dará conta das sutilezas. Enquanto sacia sua sede, naturalmente sua
orelha pode virar e revirar de um lado para outro a procura de pequenos
indícios de mudança de atitude do leão e qualquer indício fará com que se
mobilize e empreenda esforços para a escapada. No animal a reação sucede a ação
do leão de modo imediato, sem necessidade de reflexão. A resposta é, como se
costuma dizer, instintiva.
No nosso caso as imagens formadas internamente como representação cumprem
nesse contexto função análoga. Não se trata de iluminar tal ou tal aspecto com
nosso intelecto, mas sim de obscurecer o que não é interessante para que se
tenha vistas aos fins que interessam. Abstrair o que não interessa é também
subtrair! Nossa atenção submetida às exigências da inteligência não tem
competência apurada a ponto de processar todas as informações que nos
circundam. Desse modo é preciso que de todo esse real se subtraia o que não
interessa, para que possamos agir de modo eficiente àquilo que nos interessa.
O risco ocorre quando perdemos a conexão com a realidade e passamos a
temer aquilo que nós mesmos criamos. Talvez ainda precisemos de alguns ajustes
para nos considerarmos uma espécie mais evoluída.
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